Um cenário desolador acontece nos bastidores do parque marinho Marineland Antibes, no sul da França. Após o encerramento do parque, duas orcas e 12 golfinhos permanecem confinados em estruturas deterioradas e alarmantes.
Imagens divulgadas pelo grupo ativista TideBreakers, em janeiro deste ano, mostram os cetáceos nadando de forma desorientada nos tanques do parque, situado próximo a Cannes. No vídeo, as orcas Wikie, de 23 anos, e seu filho Keijo, de 11, são vistas percorrendo lentamente os limites do espaço vazio. Em outra cena, a piscina dos golfinhos aparece coberta por algas, por falta de manutenção e cuidado com os animais.



“A situação no Marineland Antibes é uma emergência e precisa de atenção mundial. Estas são as duas últimas orcas em cativeiro na França e devem ser transferidas rapidamente. As orcas precisam ser removidas de condições perigosas que representam riscos significativos para sua saúde e segurança”, alertou Marketa Schusterova, cofundadora da TideBreakers, em entrevista ao Daily Star.
O fechamento do parque aconteceu no início de 2024, após a implementação de uma lei francesa, aprovada em 2021, que proíbe apresentações com golfinhos e orcas em cativeiro. No entanto, mesmo com o fim das atividades públicas, o destino dos animais permanece indefinido. As tentativas de transferência enfrentam barreiras burocráticas e políticas.
Uma proposta de envio das orcas e golfinhos a um zoológico marinho no Japão foi rejeitada pelas autoridades francesas. Outra alternativa, que sugeria levá-los ao Canadá, foi descartada sob a justificativa de que a longa viagem seria exaustiva demais para os animais. Também foi cogitada a possibilidade de enviá-los a um aquário em Tenerife, na Espanha, mas as autoridades locais não autorizaram a operação.
Preocupação
Enquanto o impasse continua, as preocupações com a saúde e bem-estar dos animais aumentam. “Estamos decepcionados com a falta de planejamento e a completa má gestão desta situação por parte do proprietário do parque, o Parque Reunidos, bem como das autoridades que permaneceram em silêncio no mês passado. Ambos nasceram em cativeiro, então a opção de reabilitação e soltura na natureza é simplesmente inviável. Depois de entreter o público por anos, ainda devemos proporcionar a eles um ambiente limpo e seguro para viverem o resto dos seus anos”, concluiu Marketa.
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