No último sábado (11), um animal marinho de grande porte foi visto na praia de Massaranduba, em Salvador, durante a passagem de uma frente fria pela região. A presença do mamífero, que chegou a sair da água e circular pela faixa de areia e o calçadão, chamou atenção de moradores e foi divulgada nas redes sociais. As informações são da UOL.
Os moradores o descreveram como uma foca ou leão-marinho, mas análises preliminares apontam para a possibilidade de se tratar de um elefante-marinho. O professor Francisco Kelmo, do departamento de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), comentou sobre as imagens:



“Algumas pessoas dizem ser um leão-marinho e outras agora estão dizendo que é um elefante-marinho. Nos vídeos que assisti o animal não possui orelhas e não utiliza as nadadeiras posteriores para se locomover em terra”, afirmou Kelmo.
O professor Igor Cruz, do departamento de Oceanografia da UFBA, também analisou os registros e concluiu que se trata provavelmente de um elefante-marinho. Segundo ele, o porte do animal sugere que seja uma fêmea ou um macho jovem. “Não é comum [a presença do animal], mas já tivemos esse tipo de aparecimento em outras ocasiões, porque animais migram”, disse Cruz.
Registro é raro fora da região Sul do país
As espécies como o elefante-marinho habitam áreas frias, como a Patagônia e ilhas próximas ao Círculo Polar Antártico. No Brasil, registros ocorrem geralmente no litoral Sul, durante períodos de temperaturas mais baixas. O animal avistado em Salvador também foi visto, segundo testemunhas, em municípios próximos da baía de Todos-os-Santos, como Candeias, São Francisco do Conde e Nazaré das Farinhas.
A origem do mamífero ainda não foi confirmada, mas especialistas consideram possível que ele tenha vindo da Argentina ou até mesmo da África do Sul. De acordo com Igor Cruz, a espécie costuma ser observada nesses locais, e deslocamentos mais longos podem ocorrer por meio de correntes marítimas. “Eles são vistos com frequência também no litoral africano, e podem atravessar o Atlântico”, explicou o professor.
Veja o vídeo: