Governo envia medida provisória que amplia gratuidade da conta de luz ao Congresso

Texto que prevê descontos na tarifa de luz para mais de 60 milhões de brasileiros foi encaminhado para aprovação dos parlamentares. Proposta amplia a tarifa social, com descontos em etapas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta terça-feira (6) que o governo enviou ao Congresso a medida provisória (MP) que promove uma reforma do setor elétrico e prevê descontos na tarifa de luz para cerca de 60 milhões de brasileiros.
A proposta foi assinada em reunião com o presidente Lula, nesta tarde, de acordo com Silveira. O texto ainda precisa ser votado e aprovado pelo Congresso, caso contrário, perde a validade.
A proposta determina a ampliação da tarifa social, com descontos em etapas:
Em um primeiro momento, cerca de 14 milhões de cidadãos terão gratuidade.
Os 46 milhões restantes terão um desconto significativo.
Como vai funcionar?
💡A conta será gratuita para os consumidores com renda per capita mensal de até meio salário mínimo, inscritos no CadÚnico e com consumo de até 80 kw/h por mês.
💡Para quem se enquadrar nos critérios de renda e consumir acima de 80 kW/h, até 120 kW/h, haverá uma cobrança proporcional, dos kW/h consumidos acima da marca estabelecida.
Proposta de reforma do setor elétrico divide opiniões
Antes da MP, apenas indígenas e quilombolas tinham direito à gratuidade. Famílias de baixa renda que estão no CadÚnico tinham direito a um desconto, que podia chegar a 65% do total da conta.
O custo das mudanças é estimado em R$ 4,5 bilhões por ano. O dinheiro para bancar a ampliação da tarifa social virá da redistribuição dos encargos dentro do próprio setor.
Ou seja, a MP prevê o corte de subsídios para fontes de energia mais limpa, como a eólica e solar. Hoje, os subsídios a essas fontes são custeados por todos os consumidores.
Além disso, a conta de luz dos demais consumidores terá um aumento de 1,4%.
A MP estabelece ainda a abertura do mercado de energia a partir de 2027. Pela regra, todos os consumidores vão poder escolher de qual empresa querem comprar a energia — a exemplo do que ocorre com operadoras de celulares.
Hoje, o chamado “mercado livre” é restrito a grandes consumidores, como indústrias e estabelecimentos comerciais de grande porte.
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