No último sábado (4), um relatório da Polícia Federal revelou que Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, um dos chefes do Comando Vermelho, construiu uma vida de luxo em meio ao Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. As informações são do g1.
Segundo a PF, o traficante transformou sua mansão em um “pequeno centro cirúrgico”. “Após a cooptação de médicos”, diz o documento, ele realizou ao menos três procedimentos: lipoaspiração, implante capilar e a retirada de um projétil que estava alojado em sua cabeça.
As informações foram obtidas por meio da análise de conversas no WhatsApp entre Professor e seus aliados. Em setembro de 2021, ele contou a seu “principal operador de câmbio”, chamado Alfredo, que havia comprado a casa vizinha com a intenção de ampliar o terraço e construir uma área de lazer com piscina e hidromassagem.
O local de luxo, com vista para a comunidade, foi exibido por ele em um vídeo enviado em março de 2022 ao também traficante Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, mostrando a piscina com cascata, hidromassagem e móveis sofisticados.
Apesar de viver em uma região marcada pela pobreza, Professor leva uma vida cercada de regalias. Além disso, ele mantém ações assistenciais na comunidade, como distribuição de brinquedos, pagamento de remédios e assistência médica, além do financiamento de bailes funk e eventos de pagode.
A investigação também aponta que Professor, de 37 anos, é o responsável pela logística de armas, drogas e munições do Comando Vermelho, além de investir uma parte significativa do lucro do tráfico em armamentos e subornos a agentes públicos. Em uma conversa registrada pela PF, um policial chega a reclamar do valor recebido: “Favela grande, só manda isso”.
Esses pagamentos garantem proteção e informações privilegiadas sobre futuras operações policiais. A PF afirma que ele recebe “com antecedência”, detalhes sobre “operações policiais a serem desencadeadas, bem como informações de movimentações administrativas de policiais, inclusive com recebimento de publicações de boletins internos” da PM do Rio.
Com conexões na Bolívia, Colômbia, Peru e Paraguai, Professor foi preso em 2015, condenado a 14 anos e libertado em 2018 com o benefício de Visita Periódica ao Lar, mas nunca mais retornou ao sistema prisional.
Atualmente foragido, ele figura na lista dos mais procurados do Disque Denúncia. Em dezembro de 2023, o MPF na Bahia denunciou 28 pessoas na Operação Dakovo, entre elas, Professor. Segundo a denúncia, o grupo integrava “uma complexa e multimilionária engrenagem de tráfico ilícito de armas de fogo da Europa e da Turquia para a América do Sul”. As armas eram importadas para o Paraguai, tinham a numeração raspada e eram revendidas a facções como o PCC e o Comando Vermelho.
Veja o vídeo:
