Uma ala do Partido Democrático Trabalhista (PDT) avalia que a legenda pode optar por ser independente em relação ao governo, caso a saída do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), se concretize.
Se o partido adotar essa postura, os integrantes que têm cargos no governo federal não seriam obrigados a deixar os postos que ocupam.
Outro ponto a favor da independência é que os integrantes da legenda não querem ser associados à oposição bolsonarista.
Para integrantes do PDT, isso já seria um “choque” para o governo, uma vez que a legenda tem votado em bloco com pautas do governo.
Os pedetistas estão incomodados com o tratamento do Palácio do Planalto a Lupi.
Para parlamentares da sigla, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dado um “tratamento melhor” a integrantes do Centrão que não são fiéis em votações do que a um “aliado histórico” como o PDT.
Parlamentares comparam a situação de Juscelino Filho (União-MA) com a de Lupi.
Lula “segurou” o ex-ministro das Comunicações no cargo até a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), mesmo após o indiciamento da Polícia Federal (PF). Lupi não é investigado na apuração sobre a fraude no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Última cartada
Aliados de Lupi afirmam que a “última cartada” do ministro para se manter no cargo foi negociar a ida do PDT para a base de Jerônimo Rodrigues (PT-BA), no governo da Bahia. A decisão foi oficializada em 30 de abril.
O PDT estava, até então, no governo de ACM Neto (União-BA).
Segundo membros do PDT, essa virada de chave em um reduto petista tentou fortalecer a posição de Lupi.
O ministro chegou a marcar uma viagem para esta sexta-feira (2) para a Bahia para uma cerimônia de junção do partido à base governista baiana.
Com o aumento da temperatura das investigações da fraude do INSS, Lupi cancelou a viagem e ficou em Brasília.
Ele deve se reunir no fim da tarde com o presidente Lula. Aliados esperam que ele entregue o cargo diante da “fritura” do Palácio do Planalto.
Outro pedetista pode assumir interinamente o comando da pasta, o secretário-executivo Wolney Queiroz.
Ex-deputado pelo PDT, ele é bem visto pelo partido e também por Lula. Parte da bancada diz, entretanto, que ele não representaria os integrantes da legenda no Congresso Nacional, caso fosse efetivado.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ala do PDT defende “independência” do partido caso Lupi saia do governo no site CNN Brasil.