Caso Vitória: Ministério Público denuncia Maicol por feminicídio

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou denúncia contra Maicol dos Santos, único suspeito preso pela morte da jovem Vitória Regina, de 17 anos, encontrada morta em um terreno na Grande São Paulo.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (29), o MPSP informou que o único suspeito investigado neste caso foi denunciado por feminicídio. Maicol está preso desde o dia 9 de março.

Maicol foi denunciado por quatro crimes distintos: sequestro qualificado (vítima ser adolescente e pelo fim libidinoso), feminicídio (meio cruel e ocultar o crime de sequestro, motivo fútil), ocultação de cadáver e fraude processual.

Além disso, o MP pediu a abertura de um novo inquérito para o crime de ocultação de cadáver, pois ele pode ter tido a participação de outra pessoa.

Durante a coletiva, a Polícia Civil informou ainda que a perícia realizada no carro de Maicol demonstrou a presença de material genético de uma terceira pessoa. A informação consta no relatório final apresentado na última sexta-feira (25) pela corporação.

De acordo com o documento, trata-se de um perfil genético masculino ainda não identificado, e que não pode ser considerado como envolvido direto no assassinato da jovem. O material foi localizado na parte posterior do banco dianteiro direito (banco do carona) no automóvel Toyota Corolla onde Vitória foi atacada.

Por conta disso, as investigações sobre o caso devem prosseguir.

Em nota à CNN, a defesa de Maicol afirmou que a denúncia por feminicídio vai contra o relatório final da Polícia Civil, que o indiciava por homicídio qualificado. De acordo com a defesa, a mudança na tipificação da denuncia é uma manobra da promotoria para dobrar a pena, que vai de máximo de 12 anos para 40.

O que se sabe

A jovem Vitória Regina de Sousa desapareceu em 26 de fevereiro. Seu corpo foi encontrado em 5 de março em uma área de mata em Cajamar, Grande São Paulo. O corpo estava em estado avançado de decomposição, sem roupas, com a cabeça raspada e apresentava sinais de violência.

O exame de necropsia revelou que a causa da morte foi hemorragia traumática, resultado de golpes de faca. Um laudo apontou três facadas.

polícia descreve o autor do crime como uma pessoa obcecada por VitóriaFotos de Vitória e outras jovens foram encontradas no celular do suspeito. A perícia identificou em mensagens e no depoimento em que confessa o crime, que ele demonstrou preocupação com relatos de seu carro ter sido visto perto do local do crime.

A polícia científica identificou sangue, que pode ser compatível com o DNA de Vitória, no carro e casa do suspeito. Testemunhas corroboraram as suspeitas após relatarem movimentação fora do comum, na casa de Maicol, na noite do desaparecimento da vítima.

Dois outros homens são investigadosGustavo Vinícius Moraes (ex-namorado) e Daniel Lucas Pereira (amigo da vítima). Evidências, como localização de celulares e filmagens, os ligariam à vítima e à época do crime. Em coletiva nessa terça-feira (18), entretanto, a polícia descartou o envolvimento deles e justificou as declarações como informações desencontradas.

A prisão temporária de Daniel foi negada pela Justiça. A investigação deve ser concluída até 13 de abril. Diversas diligências foram realizadas, incluindo depoimentos, apreensão de veículos e celulares. Um software israelense (Cellebrite) foi usado para extrair dados dos celulares. Ferramentas (enxada e pá) foram encontradas perto do corpo.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso Vitória: Ministério Público denuncia Maicol por feminicídio no site CNN Brasil.

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