Enamed: saiba como será a prova que avalia qualidade da formação médica no Brasil

O Ministério da Educação (MEC) oficializou na última quarta-feira (23) o lançamento de uma nova etapa na formação dos estudantes de medicina: o Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica). A prova será aplicada anualmente para todos os concluintes dos cursos de medicina e passa a ser obrigatória a partir deste ano.

A principal meta do Enamed é medir se os alunos que estão prestes a se formar adquiriram as competências definidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. O exame também servirá como base de apoio para a seleção de vagas em programas de residência médica.

Como funcionará o novo exame

Segundo o MEC, o Enamed segue a mesma estrutura do Enare (Exame Nacional de Residência), aplicado pela Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Isso significa que ambos os exames compartilham a mesma matriz de referência e critérios de pontuação, focando em aferir conhecimentos e habilidades essenciais à prática médica.

A aplicação do Enamed está prevista para o mês de outubro e, de acordo com estimativas da pasta, cerca de 42 mil estudantes deverão realizar a prova já nesta primeira edição. Assim como acontece no Enade, quem não participar do exame não poderá concluir o curso.

Veja estrutura e conteúdo da prova

A avaliação contará com 100 questões objetivas de múltipla escolha, abrangendo as áreas principais da formação médica, como clínica geral, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, pediatria, medicina da família e comunidade, saúde mental e saúde coletiva.

As inscrições para o Enamed devem ser abertas em julho. Estudantes que não pretendem usar o resultado para acessar a residência via Enare não terão que pagar taxa. Já quem optar por usar a nota do Enamed no Enare precisará se inscrever nesse último e pagar a taxa correspondente, em 2024/2025, o valor foi de R$ 330, salvo os casos de isenção previstos em edital.

Médicos já formados também poderão realizar o Enamed com o objetivo de disputar vagas de residência por meio do Enare. Além disso, o MEC já planeja uma segunda avaliação a ser aplicada durante a graduação, ainda sem data definida, para diagnosticar falhas na formação com antecedência e permitir correções antes da conclusão do curso.

Os dados coletados pelo Enamed vão alimentar os trabalhos de uma comissão composta por representantes dos ministérios da Educação e da Saúde, além de entidades médicas, conselhos de secretários estaduais e municipais e instituições de ensino. Entre as atribuições do grupo estão a atualização das diretrizes curriculares e a proposição de melhorias na formação médica, incluindo a adaptação a novas tecnologias e às demandas da pós-pandemia.

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