Ouro fecha em queda com correção, mas avança na semana

A escassez de indicadores e o “Quadruple witching” – fenômeno onde quatro tipos de instrumentos derivativos expiram simultaneamente e traders devem escolher se querem vender e depois recomprar suas participações ou simplesmente vendê-las e obter lucro – abriu espaço para queda no preço do ouro nesta sexta-feira (21).

O ouro para abril fechou em queda de 0,73%, a US$ 3.021,40 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange. Na semana, porém, a commodity teve alta de 0,67%.

Apesar de sinalizar um alto grau de incerteza em relação às mudanças de política do presidente dos EUA, Donald Trump, o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, não alterou as expectativas do mercado sobre o caminho da política monetária e a probabilidade continua sendo de que haverá pelo menos dois ou três cortes nas taxas de juros este ano, diz Samer Hasn, analista sênior de mercado da XS.com. Neste cenário, a expectativa de cortes futuros beneficia o ouro, que não rende juros.

O preço do metal dourado permanece perto dos recordes de alta devido também a escalada das tensões geopolíticas globais. O ministro da Defesa de Israel declarou hoje que ordenou o avanço das forças terrestres na Faixa de Gaza e garantiu que buscará mais território até que o Hamas libere os reféns ainda em sua posse.

Assim, a commodity podem continuar a se consolidar no curto prazo, diz Kelly Chung, diretora de investimentos da Value Partners. Após algumas pequenas correções dos níveis técnicos de sobrecompra, os preços do ouro se estabilizaram e continuam bem sustentados, diz ela, já que os investidores têm comprado o ativo como proteção contra as incertezas em relação às políticas dos EUA e os bancos centrais estão buscando o ouro para reduzir sua dependência do dólar americano.

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