Isenção de IR pressiona IPCA e impede juro menor em 2026, diz consultoria

por | |

A proposta de isenção da cobrança de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês deve beneficiar 16 milhões de trabalhadores e injetar cerca de R$ 50 bilhões no consumo, mas pressionará a inflação em 2026 e diminuirá o espaço do Banco Central (BC) para reduzir a taxa de juros, segundo relatório distribuído pela MCM Consultores aos seus clientes.

Nas estimativas da consultoria, o estímulo ao fiscal deve elevar o PIB em 0,3 ponto percentual e aumentar a inflação em 0,4 ponto percentual em 2026.

O último boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (17), aponta que o mercado prevê crescimento da economia de 1,6% e IPCA em 4,48% — acima do centro da meta (3%) — no ano que vem.

“Estamos atualmente em um estado em que a economia está sobreaquecida, o hiato do produto é estimado em patamar positivo por diversas abordagens, as projeções de inflação do BCB estão 1 p.p. acima da meta no horizonte relevante da política monetária e as expectativas de inflação estão desancoradas”, afirma a MCM no relatório.

Os consultores acrescentam: “Com o choque esperado no consumo das famílias, a simulação sugere que o BCB não só não terá espaço para reduzir a taxa de juro em 2026, como também deveria, se o tamanho do choque se confirmar, promover um ajuste marginal do juro ao longo do ano que vem, caso pretenda combater os efeitos desse choque na demanda agregada sobre a inflação”.

Promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil deve ser divulgada oficialmente nesta terça-feira (18) e enviada em seguida ao Congresso Nacional, com um plano de compensação das receitas.

Conforme estimativas da MCM, hoje há 16 milhões de pessoas (39% da base total de declarantes de IR) isentos.

Pelos novos termos, o número de isentos deve passar para cerca de 32 milhões (79% da base).

Este conteúdo foi originalmente publicado em Isenção de IR pressiona IPCA e impede juro menor em 2026, diz consultoria no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.