A nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teve sua primeira reunião oficial com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (13). O encontro marcou um momento estratégico para o governo Lula, com foco na articulação política e nas pautas econômicas prioritárias.
O principal tema abordado foi a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, uma das promessas de campanha do presidente Lula. Segundo Gleisi, o projeto será enviado ao Congresso Nacional na próxima semana.




— Semana que vem nós vamos apresentar o projeto da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil (mensais) — afirmou a ministra. — Estamos acertando a agenda com o presidente Lula para fazer esse envio, terminar os ajustes que têm que ser feitos, que a Fazenda está terminando, e nós vamos marcar.
A proposta busca ampliar a faixa de isenção do IR, atualmente em R$ 2.824 mensais. Anunciada junto com medidas de corte de despesas, a iniciativa gerou reações no mercado, que se preocupou com o impacto fiscal da medida.
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Reformas e Super-Salários
Além da isenção do IR, Gleisi citou outros temas prioritários, como a reforma das regras de aposentadoria dos militares e a limitação dos chamados super-salários no serviço público.
— (A questão dos militares) é uma das propostas que nós estamos ajustando e que é uma das prioridades da pauta econômica — destacou a ministra.
Esses temas fazem parte de um pacote mais amplo de medidas para contenção de gastos públicos, algumas delas já apresentadas no ano passado pela equipe econômica de Haddad.
Histórico de Atritos e Nova Postura
Apesar do histórico de divergências com Haddad, Gleisi adotou um tom conciliador desde sua nomeação para o cargo. Ela chegou a telefonar para o ministro no dia de sua indicação e, em seu discurso de posse, reforçou o apoio à agenda da Fazenda.
No encontro, Haddad apresentou a lista de 25 projetos prioritários da sua pasta aos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). No entanto, líderes do Congresso avaliam que a agenda econômica do governo precisa ser mais enxuta para avançar, considerando que 2026 será um ano eleitoral.