Professora é julgada por assédio escolar após suicídio de aluna

Nesta segunda-feira (10), uma professora francesa de 62 anos começou a ser julgada em um tribunal perto de Paris sob a acusação de assédio moral contra menores. A denúncia surge após o suicídio de sua aluna, Evaëlle, em junho de 2019. Desde março de 2022, a França reconhece o “assédio escolar” como crime, e o caso ganhou grande repercussão na sociedade.

A advogada da família de Evaëlle declarou aos jornalistas: “Esperamos que essa professora perceba que cometeu erros com Evaëlle. A escola serve para ensinar, proteger, criar cidadãos em um ambiente de calma e harmonia”. Segundo a defesa, a professora não é acusada diretamente pela morte da jovem, mas sim por “supostos atos de assédio moral”, que ela nega.

O trágico episódio teve início no dia 21 de junho de 2019, quando o pai de Evaëlle encontrou a filha enforcada em sua casa, localizada em Herblay, perto de Paris. Meses antes, a adolescente havia tentado atear fogo em uma viga da casa após o fim de uma amizade. Durante esse período, a professora teria se envolvido em episódios problemáticos com a jovem, como a famosa sessão em que pediu aos alunos que comentassem sobre o que os incomodava em Evaëlle, para que ela pudesse se explicar depois. No entanto, a aluna, visivelmente abalada, começou a chorar, mas foi pressionada pela professora a responder às perguntas, o que gerou humilhação pública.

A acusação afirma que a professora “humilhou regularmente” Evaëlle diante de toda a classe, isolando-a no fundo da sala e a “estigmatizando” como vítima de assédio. Segundo a juíza responsável pelo caso, esse comportamento resultou em uma “degradação muito importante nas condições de vida” da jovem, que ficou cada vez mais isolada e vulnerável.

Professora está afastada

Desde 2021, a professora não pode mais dar aulas para menores e está sendo obrigada a receber atendimento psicológico. Além de Evaëlle, ela também é acusada de assediar outros dois estudantes. A sentença final do julgamento pode ter implicações significativas para a abordagem do assédio escolar na França.

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