Fazenda diz que deve revisar PIB para cima após resultado do 2º tri superar expectativa

O Ministério da Fazenda avalia que o ritmo de crescimento da economia brasileira deve seguir acentuado. Em nota, a pasta comentou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre, que avançou 1,4% no período, acima das expectativas.

De acordo com a Fazenda, a expectativa é de que a expansão continue, beneficiada pelo mercado de trabalho aquecido e pelas melhores condições de crédito a famílias e empresas, na comparação com o ano anterior.

“Os dados observados mostraram que o ritmo de atividade seguiu em expansão no segundo trimestre, impulsionado pela recuperação da indústria de transformação e construção e pelo avanço dos serviços. Pela ótica da demanda, essa expansão esteve relacionada ao maior crescimento do consumo das famílias, do governo e dos investimentos”, diz o ministério.

Após o resultado acima do esperado, o ministério considerou que deve as rever para cima as estimativas de expansão da atividade em 2024, dando a entender que o país deve repetir o crescimento anual visto em 2023, de 2,9%.

“A projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 2,5%, deverá ser revisada para cima, tornando-se mais próxima do crescimento observado em 2023”, diz a nota.

Apesar da expectativa positiva, a Fazenda considera a política monetária como uma incerteza para este cenário, apontando para o possível impacto na conjuntura de crédito.

Atualmente, a taxa básica de juros está em 10,50% ao ano, com a possibilidade de o Banco Central (BC) elevar a Selic na próxima reunião. O mercado já precifica uma alta dos juros em setembro, mas fica dividido quanto à magnitude do aumento.

O diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo para assumir a presidência da autarquia em dezembro, deu declarações de que a instituição subirá os juros se for preciso.

Membros do Comitê de Política Monetária do BC têm reforçado, em declarações recentes, que as expectativas de inflação no Brasil estão desancoradas, corroborando para a necessidade de um pequeno ciclo de alta dos juros.

No último Boletim Focus, analistas consultados pelo Banco Central subiram pela sétima vez consecutiva suas expectativas para a alta do IPCA neste ano.

O Ministério da Fazenda divulgará novas previsões para a economia no Boletim Macrofiscal de setembro, no dia 17.

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