Estresse crônico pode aumentar risco de AVC em mulheres, diz estudo

O estresse crônico já foi associado a diversos efeitos negativos no corpo, como maior risco de hipertensão, diabetes, ataque cardíaco e câncer. Agora, um novo estudo publicado na quarta-feira (5) na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, mostrou que mulheres que vivem com a condição têm um risco maior de acidente vascular cerebral (AVC).

O trabalho analisou 426 pessoas de 18 a 49 anos que tiveram um derrame isquêmico sem causa desconhecida. Eles foram pareados por idade e sexo com outras 426 pessoas que não tiveram derrame.

O AVC isquêmico ocorre quando uma artéria é obstruída, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Esse é o tipo mais comum de derrame, representando 85% de todos os casos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Os participantes do estudo preencheram um questionário sobre os níveis de estresse ao longo do período de um mês. Aqueles que sofreram um AVC registraram os níveis de estresse no mês que antecedeu o derrame.

Uma pontuação total de 0 a 13 representava baixo estresse; 14 a 26, estresse moderado; e 27 a 40, alto estresse. Aqueles com AVC tiveram uma pontuação média de 13 em comparação com aqueles sem AVC, que tiveram uma pontuação média de 10.

Pessoas com derrame tinham mais probabilidade de ter níveis moderados de estresse. Daqueles com derrame, 46% tinham níveis moderados ou altos de estresse, em comparação com 33% daqueles que não tiveram derrame.

Os pesquisadores, então, fizeram ajustes para fatores que poderiam influenciar no risco de derrame, como uso de álcool e pressão arterial, e descobriram que, para mulheres, o estresse moderado foi associado a um risco aumentado de derrame de 78%. Já o estresse alto foi associado a um risco aumentado de 6%. Os pesquisadores não encontraram uma ligação entre estresse e derrame em participantes do sexo masculino.

“Mais pesquisas são necessárias para entender por que mulheres que se sentem estressadas, mas não homens, podem ter um risco maior de derrame”, afirma Nicolas Martinez-Majander, pesquisador do Hospital Universitário de Helsinque, na Finlândia, em comunicado. “Além disso, precisamos explorar mais por que o risco de derrame em mulheres foi maior para estresse moderado do que para alto estresse. Saber mais sobre como o estresse desempenha um papel pode nos ajudar a criar melhores maneiras de prevenir esses derrames.”

Apesar das descobertas, o estudo não prova que o estresse causa derrame e, sim, apenas mostra uma associação.

Sono irregular pode aumentar risco de derrame e ataque cardíaco

Este conteúdo foi originalmente publicado em Estresse crônico pode aumentar risco de AVC em mulheres, diz estudo no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.