Advogado é preso suspeito de falsificar documentos para receber dinheiro de cliente em acordo feito após a morte dela


Além da prisão, Roberto Almeida Ferreira teve a inscrição na OAB suspensa e não pode acessar nenhum sistema do Judiciário. Instituição que firmou acordo percebeu inconsistências nos documentos e acionou a polícia. Complexo de Delegacias da Polícia Civil em Augustinópolis
Divulgação
Um advogado investigado no Tocantins por suspeita de cometer crimes de falsificação e apropriação indébita foi preso na cidade de Canaã dos Carajás, no Pará. Roberto Almeida Ferreira teria dado continuidade em um processo judicial com documentos falsos de uma cliente após a morte dela, ficando com valores que seriam para os herdeiros.
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A prisão foi feita pelas Polícias Civil do Tocantins e do Pará na quarta-feira (26) e segundo o delegado Jacson Wutke, da 12ª Delegacia de Polícia Civil de Augustinópolis e responsável pelas investigações, o advogado falsificou uma procuração e um comprovante de residência em nome da cliente quando ela ainda estava viva.
Após mais de seis anos que a mulher havia morrido, Roberto firmou um acordo fraudulento com uma instituição financeira em nome da cliente sem que a família dela soubesse com o intuito de desviar o dinheiro acordado.
O g1 não conseguiu contato com a defesa pois nenhum advogado foi constituído para defendê-lo, segundo a Polícia Civil. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccionais Tocantins e Pará informaram que não foram notificadas sobre a prisão, mas que acionaram a Subseção de Augustinópolis e a Comissão de Defesa das Prerrogativas da OAB-PA, respectivamente, para que as providências necessárias sejam adotadas.
As fraudes na documentação sobre o caso da cliente do advogado foram descobertas pela instituição financeira que fez o acordo. Isso aconteceu após a identificação de inconsistência nos documentos, segundo o delegado. Assim, a Justiça foi acionada e a Polícia Civil deu início à investigação.
Essa não é a única acusação contra Roberto. Ele já tem condenação por envolvimento em esquema que desviou mais de R$ 500 mil de clientes, a maioria idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade, segundo a polícia. A sentença é de setembro de 2023.
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O delegado Jacson explicou que o advogado sempre agia da mesma forma, conseguindo a confiança por ser advogado para fraudar documentos que levavam o Judiciário ao erro. A ação tinha como objetivo conseguir lucros por meio dos processos.
Pelo histórico do advogado, a Polícia Civil do Tocantins precisou pedir a prisão preventiva porque outras medidas cautelares já tinham sido aplicadas no caso, mas que não foram obedecidas. Mesmo ele tendo a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspensa, continuou praticando os crimes de fraude.
“Mas mesmo diante da situação, o advogado seguiu reincidindo. Recentemente, o Tribunal de Justiça confirmou outra condenação de sete anos de reclusão em um caso semelhante ao investigado agora. Ainda assim, ele continuou delinquindo, demonstrando absoluto desprezo pelas decisões judiciais”, ressaltou o delegado.
Além da prisão, a Justiça determinou que todos os Tribunais de Justiça do Brasil sejam informados sobre a decisão e o advogado está proibido de acessar os sistemas processuais eletrônicos.
A OAB Tocantins informou que o advogado deverá ser recambiado para o estado nos próximos dias e que a equipe acompanhará o caso, tomando as medidas necessárias.
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