“Religião como fator político está diminuindo”, diz especialista à CNN

A recente pesquisa Datafolha trouxe à tona uma tendência significativa no cenário político brasileiro, a diminuição da influência da religião como fator decisivo nas avaliações governamentais. Em entrevistao ao CNN Prime Time o cientista político Rafael Cortez analisou os dados, que mostram uma queda na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tanto entre católicos quanto evangélicos.

De acordo com os números divulgados, a aprovação do governo Lula entre os católicos caiu 14 pontos percentuais, passando de 42% em dezembro para 28% na pesquisa mais recente. Entre os evangélicos, a queda foi menor, mas ainda significativa, com uma redução de 5 pontos percentuais, de 26% para 21%.

Mudança no padrão de aprovação

Rafael Cortez destaca que, historicamente, as pesquisas anteriores apontavam uma variação considerável na aprovação do governo entre os diferentes segmentos religiosos. “As pesquisas anteriores tinham uma característica que era uma variação muito grande no segmento religioso da aprovação do governo. Então tinha uma diferença muito relevante de católicos e evangélicos”, explica o especialista.

No entanto, o cenário atual mostra uma mudança nesse padrão. A queda na aprovação, especialmente entre os católicos, que eram considerados mais favoráveis ao governo, indica que a religião está perdendo força como fator determinante na avaliação política.

Fatores além da economia

Cortez argumenta que os problemas enfrentados pelo governo vão além das questões econômicas. Apesar da inflação alta nos alimentos, a economia brasileira está aquecida, o que, em tese, não justificaria uma queda tão acentuada na aprovação presidencial.

O cientista político aponta para questões de gestão e comunicação como possíveis causas da queda na aprovação: “Tem um problema político, ou seja, a maneira como o governo responde a esses desafios, a maneira como o governo dialoga com a sociedade, e a gente tem visto o governo errando a mão em várias agendas que ele mesmo colocou para a discussão”.

Entre os exemplos citados por Cortez está a chamada “Agenda PIX”, que gerou controvérsias e debates na sociedade. Esses fatores, somados à forma como o governo tem lidado com diversos desafios, parecem estar influenciando mais a percepção da população do que as divisões religiosas tradicionais.

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