Mulher escapa da morte após ser arrastada por enxurrada

A forte enxurrada que atingiu o Grande Recife na última semana deixou sete mortos e quase fez mais uma vítima. Maria Adriana Lima, dona de casa, foi arrastada pela correnteza e caiu em uma galeria aberta no bairro de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes. Encoberta pela água turva da chuva, ela passou cerca de três minutos sem conseguir respirar.

O incidente ocorreu na quarta-feira (5), quando Adriana caminhava pela Rua Nossa Senhora do Carmo em direção ao colégio do filho. A água chegava até seus joelhos, tornando impossível enxergar o duto aberto. Sem perceber o perigo, ela foi sugada para dentro da galeria e ficou totalmente submersa. Em entrevista à TV Globo, Adriana relatou os momentos de terror que viveu enquanto tentava escapar do forte fluxo da água.

“Eu nasci de novo porque o que eu passei ali dentro foi o meu maior pesadelo, que eu nunca imaginei que passaria. Foi ali dentro daquele buraco, submersa naquela água suja, nadando sem ter experiência”, relembrou.

Imagens de uma câmera de segurança registraram a queda. Nas gravações, é possível ver a mulher caminhando devagar, com uma sombrinha na mão, até desaparecer na enxurrada às 9h14. Somente às 9h17 ela conseguiu emergir, lutando para sair da galeria.

“Quando eu coloquei o pé, eu não vi mais nada daí por diante. Eu já me vi de olho fechado e nadando lá dentro para poder sair, sem entender nada. Eu dizia a Jesus: eu vou morrer aqui agora, eu vou perder minha vida, vão encontrar o corpo no outro dia – e se encontrarem o corpo também”, contou.

No desespero, Adriana percebeu um pequeno bolsão de ar dentro do bueiro e conseguiu se erguer em uma superfície mais alta, onde a água batia na altura do pescoço. Com dificuldade, chegou a pegar o celular para tentar pedir ajuda, mas não obteve sucesso. Foi então que decidiu arriscar um último mergulho para escapar.

“Eu disse: ‘Deus, o Senhor já me tirou de situações piores que eu já passei, e essa aqui eu vou sair também’. Aconteceu que eu coloquei o celular de volta e disse ‘agora eu vou arriscar tudo’. Foi quando eu mergulhei de novo, botei força mesmo nadando e senti como se algo tivesse apoiado a minha mão e segurado. Eu só senti algo dizendo assim pra mim ‘jogue as pernas para fora’, aí eu me apoiei e joguei.”

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