Crime em família: bicicleta fez polícia chegar a suspeito em SC; entenda

A Polícia Civil investiga um duplo homicídio qualificado, em Itajaí, Santa Catarina. As mortes de Susimara Gonçalves de Souza e Pedro Ramiro de Souza não apenas expôs a violência, mas também revelou uma teia de segredos, traições e planejamento meticuloso envolvendo Walter Gonçalves, filho e enteado do casal. De acordo com as investigações, o cunhado de Walter, irmão da namorada, é o outro suspeito de participar do crime. Ele foi preso na última quarta-feira (5).

Uma bicicleta desmontada, encontrada na residência do cunhado de Walter, comparsa no crime, foi o elo que ligou o suspeito com a cena do crime. A bicicleta, semelhante à utilizada no dia do crime, teve suas rodas vendidas após a ampla divulgação do caso.

Inicialmente de propriedade do cunhado do principal suspeito, foi encontrada parcialmente desmontada na casa da família de Tatiane, companheira de Walter e irmã do suspeito. O proprietário admitiu ser o dono da bicicleta roxa, modelo Verona, e confirmou a venda das rodas e pneus no fim de novembro, dias depois da repercussão do crime.

A Polícia Civil optou por não apreender a bicicleta imediatamente, visando coletar mais informações sobre a possível ligação com o crime. Análises posteriores confirmaram que o quadro roxo da bicicleta desmontada, assim como as rodas com detalhes em branco e os para-lamas traseiros, eram idênticos aos da bicicleta utilizada no duplo homicídio.

Outros elementos

A semelhança física entre o cunhado e o indivíduo que acompanhava Walter em vídeos do dia do crime, somada à posse da bicicleta, estabeleceu uma forte ligação entre suspeito e a cena dos homicídios. A polícia também considerou que o suspeito apresentava características físicas semelhantes às do comparsa de Walter, como ombros, costas e abdômen, além de um andar peculiar, com o tronco pendulando para o mesmo lado do pé dianteiro.

A desmontagem da bicicleta e a venda das rodas, após a grande repercussão do caso, levantaram suspeitas de uma tentativa de ocultar evidências. A Polícia Civil considera essa ação como um indício de envolvimento no crime.

Walter Alexandre Gonçalves, principal suspeito de planejar e executar o duplo homicídio, confirmou em depoimento que o cunhado era seu comparsa e que o plano do crime foi discutido com ele. Walter afirmou ainda que a bicicleta foi utilizada no dia do crime. No entanto, durante interrogatório, o cunhado negou participação no crime.

A investigação revelou que eles foram vistos conversando em horários avançados, em um matagal próximo ao local do crime. Em depoimento, Walter também mencionou um acordo de pagamento de R$ 10 mil como “recompensa” pela participação.

Outro lado

Walter Gonçalves foi preso temporariamente em 1º de dezembro. Porém, no dia 17 de janeiro, teve a prisão convertida para preventiva. Posteriormente, a decisão foi acatada pela Justiça em 21 de janeiro.

Em nota, a advogada Flávia Adalgisa dos Santos Vaz, que faz a defesa do filho do casal assassinado, informou que ele está colaborando de forma proativa e segue comprometido em esclarecer os fatos de maneira transparente.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Crime em família: bicicleta fez polícia chegar a suspeito em SC; entenda no site CNN Brasil.

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