Não interessa a Hugo Motta fazer antagonismo a Lula, diz analista da XP

Em entrevista ao jornal WW desta sexta-feira (31), a sócia e analista política da XP Investimentos, Júnia Gama, falou sobre as mudanças na liderança das casas legislativas e sobre as novas perspectivas para a relação entre o Executivo e o Legislativo. 

Com a provável eleição do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados e do senador Davi Alcolumbre (União-AP) para o comando do Senado, Gama antecipa um período de ajustes nas dinâmicas políticas.

“A princípio não interessa tanto ao Hugo Motta fazer um antagonismo ao presidente Lula. Vale lembrar que o deputado representa a Paraíba, um estado que é muito lulista, onde o presidente obteve expressiva votação em 2022, com quase 65% dos votos em todos os municípios”, afirmou. 

Segundo a analista da XP, entre os principais desafios que o governo enfrentará estão a resolução dos pagamentos das emendas parlamentares e a esperada reforma ministerial. Ela ressalta que estes temas são cruciais para a governabilidade e podem gerar tensões iniciais. “A gente vai ter um primeiro momento de ruído até que essas definições aconteçam de fato”. 

A analista também pontuou que, embora Hugo Motta não deva representar grandes obstáculos para o governo, o cenário no Senado pode ser diferente. “O Davi Alcolumbre tem um perfil um pouco mais difícil, a gente pode ver algum ruído adicional saindo do Senado mais do que da Câmara”, observou. 

Perspectivas para 2026 

Olhando para o futuro, Gama alertou que o cenário político ainda está em formação para as eleições de 2026, indicando que as alianças atuais podem ser reavaliadas conforme o panorama eleitoral se desenha. 

“Por enquanto, o presidente Lula é a única candidatura colocada para 2026. Outros nomes podem surgir se a direita conseguir se unificar e isso pode desbalancear esse jogo em que o presidente Lula, hoje, tem alguma vantagem”, concluiu. 

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