Enredo e Samba: Beija-Flor de Nilópolis vai eternizar o legado do mestre Laíla

O samba-enredo escolhido pela Beija-Flor de Nilópolis para o próximo carnaval é uma homenagem ao ícone da agremiação. Enredo e samba: Beija-Flor de Nilópolis vai eternizar o legado de Mestre Laíla
A Beija-Flor de Nilópolis promete emocionar o público no próximo carnaval com o samba-enredo “Laíla de Todos os Santos”. Reconhecido por seu trabalho na história do carnaval brasileiro, o diretor de carnaval Laila, que morreu em 2021, será celebrado por sua contribuição inestimável à escola e à cultura carnavalesca.
O enredo resgata sua trajetória e mantém viva a memória de um dos pilares da Beija-Flor, despertando gratidão e admiração entre familiares, integrantes da escola e amantes do samba. A série Enredo e Samba, do RJ1, visitou um ensaio de rua da escola e conversou com componentes.
“Eu acho que o Laila foi um dos maiores sambistas da história do carnaval carioca e do Brasil. É uma forma de homenagear o povo do carnaval, que é feito dessa mistura, dessas pessoas tão talentosas. É uma das histórias mais bonitas dentro da Beija-Flor de Nilópolis”, diz o carnavalesco João Vitor Araújo.
Para muitos, como Marly Ribeiro, viúva de Laíla, o enredo é um tributo emocionante e repleto de significados.
“Vou sentir a presença dele ali. Como o samba diz, ele vai estar presente”, destacou Marly.
A filha de Laíla também expressou sua emoção com a escolha: “Estar cantando para ele, mostrando nossa gratidão, amor e carinho ao grande mestre que ele é. Que honra!”
O samba-enredo promete celebrar a trajetória de Laila e sua importância na história do carnaval, reforçando o legado deixado por ele na Beija-Flor e no coração dos apaixonados pela folia.
Confira o samba-enredo
Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traz os ventos de Oyá
Agô meu mestre
Tua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar
Desce o morro de Oyó
Benedito e Catimbó
O alabá Doum
Traz o terço pra benzer
E a cigana puerê
Meu Exu
De copo no palco, sandália rasteira
No chão sagrado toda quinta-feira
O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza
Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a baixada em redenção
Chama João pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade
Óh Jakutá, o Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor
Terreiro de Laíla meu griô
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