Jornal francês rechaça “Ainda Estou Aqui”: “Nota um”

Embora “Ainda Estou Aqui” seja um fenômeno de público e crítica no Brasil, sua recepção na França tem sido diferente. No país de Emmanuel Macron, o filme estreou na última quarta-feira (15) com o título “Je Suis Toujours Là“.

Um dos principais jornais do país, o Le Monde, publicou uma crítica severa à produção de Walter Salles, que representará o Brasil no Oscar 2025. O crítico Jacques Mandelbaum atribuiu ao filme uma estrela, em uma escala que vai até quatro.

Para o ensaísta, um dos principais defeitos do filme está na atuação de Fernanda Torres, que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz. Ele criticou a “excessiva carga melodramática” da personagem Eunice Paiva, o que, segundo ele, faria o filme “tratar de maneira muito rasa o entendimento do mecanismo totalitário”.

Além disso, Mandelbaum considera a atuação de Fernanda Torres “um tanto monocórdica”, algo que pode ser classificado como uma performance unidimensional, sem variações e excessivamente repetitiva.

Segundo o crítico, a personagem Eunice no filme de Salles apresenta uma representação do sofrimento que beira o excesso de religiosidade, algo que lembra a atuação de Sônia Braga em “Aquarius” (2016).

Brasileiros não gostaram da crítica do Le Monde

A crítica não foi bem recebida pelo público brasileiro. Desde sua publicação, muitos usuários têm inundado as postagens do Le Monde no Instagram com comentários pouco elogiosos.

Em uma publicação sobre os problemas com os metrôs da cidade, um usuário escreveu: “Tropa da Fernanda Torres”. Outro comentou: “Ainda estamos aqui, Fernanda Torres”.

Já em uma publicação sobre caminhões, a situação também gerou críticas. Quando o veículo apagou a postagem com a crítica “Ainda Estou Aqui”, um usuário reagiu: “Apagaram o outro por quê? Provocaram, agora aguentem”.

Outro disse: “Apagaram o post anterior, que estava cheio de comentários, porque não aguentaram o rojão. Bem-vindo ao Brasil”.

Sobre o que é “Ainda Estou Aqui”?

“Ainda Estou Aqui” é uma adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva, conhecido por “Feliz Ano Velho” — um grande sucesso de vendas nos anos 1980.

A história se passa na década de 1970, no período mais intenso da ditadura militar no Brasil, e acompanha a trajetória da família Paiva, composta por Rubens (interpretado por Selton Mello), Eunice (vivida por Fernanda Torres) e seus filhos.

A vida da família se transforma completamente quando, em um dia fatídico, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e some sem deixar rastros. Eunice, que dedicará décadas em busca de respostas sobre o paradeiro do marido, precisa se reconstruir e traçar um novo caminho para si e para seus filhos. Saiba mais sobre a história.

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Buscas por Fernanda Torres crescem com “Ainda Estou Aqui”

Este conteúdo foi originalmente publicado em Jornal francês rechaça “Ainda Estou Aqui”: “Nota um” no site CNN Brasil.

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